LGBTQI, acesso e o ambiente de trabalho
Escrito por Psicóloga Maria Julia Viana da Silva CRP 06/159588
Publicado em 11 Jun, 2021
Junho é conhecido como mês do orgulho LGBTQI+, um retorno à chamada Revolta de Stonewall , em 1969, momento histórico liderado por uma mulher trans e negra, Sylvia Rivera. Um mês marcado por uma agenda de lutas contra a criminalização, tanto institucional quanto cultural, que acontecia e ainda acontece. Muitos movimentos sociais e coletivos reforçam a importância da luta –não só em junho- por acesso a direitos que ainda são negados à comunidade. Além disso, podemos observar um movimento de grandes marcas, num processo de cooptação da data, surgindo com seus logos em arco-íris. Sabemos que uma das pautas de maior importância do movimento é a luta por empregos, visto que muitos LGBTQI+ estão nos chamados subempregos ou empregos informais. A consultoria Accenture fez uma pesquisa que mostra que somente 31% dos LGBTQI+ se assumem para o resto da empresa. Isso significa que o ambiente de trabalho, mesmo nos países mais “abertos à diversidade", ainda é um espaço violento para a comunidade.
“Além disso, 57% dos participantes LGBT+ da pesquisa acreditam que sua identidade de gênero ou sua orientação sexual acabou diminuindo seu progresso no trabalho, e apenas 14% se sentem completamente apoiados por sua empresa quando se trata de melhorar a diversidade no ambiente de trabalho. Dentre os que preferem não falar sobre o assunto nas suas empresas, 19% acreditam que seriam discriminados caso se abrissem.” (Trecho da pesquisa, link nos comentários)
O Reinserir é um espaço construído por LGBTQI+ e nos preocupamos não só em levar o acesso da psicoterapia para essa população a valores acessíveis, como estamos discutindo constantemente formas de contribuir para pautas da comunidade. Essa pesquisa reforça a importância das empresas não só pensarem no processo de contratação, mas também no acolhimento dessas pessoas, para que não sigam sendo violentadas em seus espaços de trabalho.
Quer saber o que o Reinserir tem feito para pensar o acolhimento dos LGBTQI+ nas grandes empresas? Aguardem, vem novidades por aí ;).
Sobre a imagem: Nelson Maria - Primeira Parada em SP, 1997.
Link: https://glo.bo/3w0gXhD