A angústia como bússola
Escrito por Psicóloga Raiani da Silva Rodrigues Cheregatto CRP 06/165145
Publicado em 15 Jul, 2024
A partir da escuta de diferentes pacientes que chegam no consultório, vemos muitas queixas relacionadas às suas performances na vida cotidiana.
Uma frustração em relação a sua produtividade no trabalho, dificuldades em conseguirem avançar nos seus objetivos, modelos ideais de felicidade, como um script no qual não estão conseguindo desempenhar os seus papéis.
Junto a essas angústias, há também uma busca para que estas questões sejam sanadas rapidamente.
Ora, vivemos um momento no qual, volta e meia, soluções milagrosas são prometidas, e precisam ser rápidas, afinal esse sujeito precisa continuar consumindo e produzindo numa sociedade como a nossa.
O sujeito é, então, colocado como único responsável por seu adoecimento, logo, cabe a ele estar dentro do “esperado” o mais rápido possível.
Vale dizer que há uma singularidade em cada caso, e é necessário entender quais os efeitos dessa relação entre o indivíduo e o social, mas também é importante sair de uma lógica que individualiza e culpabiliza o sujeito por seu sofrimento.
O que será que as suas angústias estão querendo te mostrar?
Será que elas dizem apenas sobre o seu funcionamento ou pode ter relação com uma sociedade também adoecida?