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A não-monogamia e o machismo nosso de cada dia

Grupo Reinserir

Já passeamos algumas vezes pela pauta gênero e Monogamia, certo? Mas e nas experiências não-mono, como isso aparece?

Relações não-mono não são nenhum tipo de novo mundo ou de evolução espiritual. São novas relações, novos problemas. E, por vezes, problemas nem tão novos assim.

Aquele casal onde um cara fica com quem ele quiser mas restringe ou cerceia as relações da companheira; aquele outro que quer abrir a relação só pra pegar a amiga do trabalho e quando a companheira arranja um date, ele entra numa crise e pede pra fechar a relação, tem também aquele carinha não-mono que só demonstra publicamente ~ afeto ~ por pessoas brancas e magras… são figuras comuns no imaginário popular, né?

Isso porque Gênero e Raça (e outras) são ferramentas de opressão (e controle), nessa sociedade, e por isso permeiam todas as nossas relações. É preciso estar atento e crítico para reconhecer os próprios vícios e também apontar, aos seus afetos, possíveis fontes de mágoa e perpetuação de violências.

Vamos fazer um combinado? Qualquer relação precisa começar por uma comunicação aberta e acolhedora. Então, além de se empenhar em falar com quem você se relaciona, se empenhe também em ouvir atentamente.

Se sua companheira, amiga, amor ou afeto te aponta um comportamento machista, não aja de forma infantil e esperneie recusando tudo que está sendo falado. Pode ser difícil ouvir mas é necessário. Estejamos dispostos a mudar aquilo que agride o outro.

Imagem: “homem a deriva ao olhar para si” de @Susano Correia