Ainda sobre vínculos

Se o usuário tem dificuldade de lembrar de uma assistente social que o acompanha há tempos, é bem provável que estejamos falando sobre o (não) vínculo.

Quando se há vínculo, o paciente, o usuário, o assistido, não importa a nomenclatura, ele vai lembrar de você para sempre. Seja em entregas pontuais de cestas básicas, seja em atendimentos mensais em um leito de hemodiálise ou seja em visitas domiciliares semanais.

E a gente só se vincula ao outro quando a gente se interessa de verdade pela sua história de vida, suas dores e potências.

Não há vínculo quando a gente se apresenta ao outro cumprindo exclusivamente protocolo de organizações com distanciamento e perguntas padrões que se transformarão em relatórios crus e frios cuja a única função é comprovar que existe um trabalho sendo feito.

Duas perguntas importantes: que trabalho? A serviço de que está este trabalho?

Obs.: Não estamos desconsiderando aqui as condições concretas dos profissionais da assistência e do quanto estas condições impactam nas ações e entregas.