Atletas de alto rendimento: o que a Psicologia tem a ver com isso?
Escrito por Psicóloga Maria Julia Viana da Silva CRP 06/159588
Publicado em 06 Aug, 2021
Primeiro, a gente precisa começar esse texto parabenizando os atletas brasileiros que, sem estrutura e incentivos, conseguem se colocar e destacar nas provas.
As olimpíadas de 2021 e o caso da Simone Biles nos colocaram a pensar sobre saúde mental das pessoas que praticam esportes profissionalmente. A ginasta, após cometer um erro em uma das provas, renunciou à sua participação na competição. E onde entra a psicologia nisso? Assim como em muitas outras áreas, a psicologia serve para contribuir no processo de tornar os sujeitos mais produtivos e no esporte isso não é diferente. Psicologia orientada para alcançar um alto rendimento e desempenho é saúde mental? Não, não é!
A profissão não pode seguir contribuindo para essa lógica de produção e competitividade imposta pelo modelo de sociedade em que vivemos: o capitalismo. Não podemos servir para a desumanização e, consequentemente, para o adoecimento. O caso de Simone não é um excesso, um caso isolado. Precisamos repensar nossa relação com os esportes e como ele é encarado na sociedade em que vivemos.
Na imagem: Rebeca Rodrigues de Andrade, ginasta artística brasileira.