Como a não-monogamia afeta as minhas relações?
Escrito por Psicóloga Maria Julia Viana da Silva CRP 06/159588
Publicado em 09 Apr, 2023
Repensar a monogamia não é só sobre as relações afetivo sexuais. Sempre falamos isso por aqui, mas afinal, o que isso quer dizer?
Já tiveram ou foram o amigue que quando começa a namorar se afasta das relações de amizade? Já pensaram o motivo disso acontecer?
Aprendemos a centralizar as relações afetivo sexuais, enxergar ela enquanto a relação mais importante para nós. É para nosso parceire que iremos contar nossos segredos mais íntimos, compartilhar os melhores momentos e dedicar todo nosso tempo e exclusividade. E o que acontece quando nos fechamos em uma única relação e enfraquecemos todas as outras? A dependência. É quase como se não conseguíssemos enxergar a nossa existência sem a presença daquela outra pessoa.
Depositamos todas as nossas vontades e expectativas. Ufa! Sufoco, não? Repensar a monogamia é, também, construir a ideia de que é importante cultivar outras relações e sentir-se bem sozinhe.
Por isso, reforçamos por aqui que a monogamia não é uma escolha individual e quando falamos dela não estamos falando (só) de você e do seu relacionamento. É para além disso. É sobre um sistema - muito bem organizado - que nos ensina como devemos nos organizar enquanto sociedade e organizar nossos desejos. Tudo bem se você escolher não querer ter uma relação não-monogâmica (de maneira consciente) entendendo que há outras formas de se relacionar que sejam também saudáveis e éticas. E você não precisa ser não mono para entender as influências sociais dessa estrutura em nossas vidas, certo?
E você, também é uma pessoa que costuma abandonar outras relações quando inicia um namoro? Já se viu dependente de uma relação amorosa? Se identificou com nossos textos dessa série? Temos grupos terapêuticos sendo formados para trocar sobre esses pensamentos em angústias, sabia? Dá uma roladinha no feed ou nos chame na DM. Até a próxima!