Como o racismo estrutural impacta, sobretudo, a educação infantil e o desenvolvimento das crianças?
Escrito por Psicóloga Natália Aparecida da Silva CRP 06/144439
Publicado em 15 Mar, 2022
Sabemos que o racismo estrutural, muitas vezes, se apresenta à partir de manifestações um tanto quanto sutis, veladas. As crianças – pretas- se desenvolvem escutando violências de adultos e de outras crianças, porque sim, as crianças reproduzem aquilo que ouvem, principalmente dentro de seus núcleos familiares.
E o que seriam estas violências? Falas como “nossa, que cabelo difícil de domar”, quando se está cuidando de um cabelo crespo, ou até mesmo comparações com cabelos alheios como “cabelo liso é muito bonito, olha como se arruma fácil!”, falas sobre comportamentos também são violências e crianças pretas escutam muitas delas, tais como “nossa, é pretinha, mas é comportada, né!?”
Todas estas falas, ditas por adultos e consequentemente reproduzidas pelas crianças, atravessam e marcam a subjetividade de quem recebe este tipo de violência, minando o processo de autoestima e autoconfiança e o processo de construção da autoimagem destas crianças, que são o foco desta nossa série.