Como ter conversas difíceis?
Escrito por Psicóloga Maria Julia Viana da Silva CRP 06/159588
Publicado em 15 Jul, 2024
Até aqui tivemos um papo muito corajoso para compreender a construção sobre a forma como nos comunicamos e como, por vezes, a violência está presente nela.
O que comunicamos com a violência?
Essa foi a bola que levantamos para refletir como a violência esteve e está presente nas nossas vidas e quais os efeitos que ela tiveram e ainda tem.
E como comunicar sem violência? É possível?
Essa tem sido nossa proposta por aqui e sabemos da coragem necessária para romper ciclos violentos. Vamos pensar que, para se comunicar, além de pensar e construir o como falar, precisamos também refletir nossa a escuta. E que tarefa difícil, hein? Primeiro, não temos referência de escuta. Você lembra a última vez que se sentiu bem escutada? Teve aquela conversa que veio seguida de uma sensação de alívio, sabe?
“Engole o choro” te parece familiar?
A escuta é muito importante, porque é nela que desfazemos o que sabemos sobre o outro. O não-dito (e não escutado) é espaço para suposições, não é mesmo? Construímos uma imagem da pessoa a partir do que não sabemos sobre ela. E escutar também nos leva a repensar a ideia que temos de nós mesmos. Muitas vezes temos que repensar as nossas certezas e até nos deparar com coisas que fazemos que nós mesmos não achamos correto.
E não existe uma receita pronta.
Conversar com o outro passa por entender quais são as nossas necessidades, o que é negociável e o que não é. O grito é uma forma violenta de se comunicar, mas o que está por trás dele? Qual necessidade não atendida e não vista que está tentando ser comunicada? E que você aprende a defendê-la no grito. O grito é uma forma violenta de se comunicar. Mas não é e não pode ser a única.
Arte: cmariacoentro