Dia Mundial de Combate à AIDS e ao HIV: de quem é a culpa?

Já falamos bastante desse tema por aqui, mas é algo que não se esgota, pelo contrário, é um tema que precisamos cada vez mais nos apropriar, dada a sua complexidade. Hoje vamos falar de algo que também gera adoecimento: a culpa. Sobre como a educação tem marcas fortes no nosso desenvolvimento sexual. E como, desde pequenos, acessamos narrativas sobre sexo – principalmente quando não para fins reprodutivos – como imoral, sujo, pecado, etc.

Dessa forma associamos qualquer prática sexual a algo errado. Internalizamos e transmitimos uma série de tabus sobre a temática. E o que isso tem a ver com a AIDS/HIV? Escutamos muitas falas cheias de culpa de quem é recém-diagnosticado, de quem vive com a doença e culpabilização por parte do Outro. Não há culpa por viver com HIV. Não existem culpados. Independente da forma em que você decidiu construir suas relações. Se seu relacionamento era aberto ou fechado. Se foi ou não por traição. Se estava solteiro ou namorando. Se é LGBT ou não. Assumir a responsabilidade de se apropriar da sua condição de vida, sem culpa, é abrir possibilidade de uma caminho de maior acolhimento.

Responsabilização e culpa deixamos para aqueles que não incentivam a ampliação de políticas públicas e sucateiam o nosso sistema de saúde, ok?