Mês da Visibilidade Trans: entender é o primeiro passo
Escrito por Rubix Azevedo e Ayumi Yosida
Publicado em 29 Jan, 2021
Texto 1
No mundo onde a cisgeneridade e a heteronormatividade são hegemônicas e impõem, principalmente, a binariedade de gênero, se faz importante discutirmos sobre pessoas LGBTQIA+.
Hoje, dia da visibilidade trans, vou trazer um pequeno recorte do que é ser trans num país onde mais se matam transsexuais e que pouco se divulga sobre essas mortes e quando são divulgadas não são respeitadas as identidades de gênero das vítimas.
Antes de qualquer coisa, acho importante a gente entender primeiro a diferença entre identidade de gênero, sexo biológico e orientação sexual
Identidade de gênero é o gênero com o qual a pessoa se identifica de acordo com o papel social: mulher, homem, gênero fluido, agênero, poligênero e assim por diante.
Sexo biológico diz respeito apenas ao órgão sexual com o qual a pessoa nasceu. Na nossa sociedade, os papéis de gênero acabam erroneamente sendo construídos em cima do sexo biológico, mas devemos lembrar que nem todas as pessoas trans têm disforia com seus órgão genitais. Então podemos ter homens trans com vagina, mulheres trans com pênis, não-bináries com qualquer um dos dois e assim por diante…
Orientação sexual nada tem a ver com identidade de gênero, ela diz respeito apenas às pessoas por quem você sente atração. Existem mulheres (cis e trans) lésbicas ou hétero; homens (cis e trans) gays ou hétero; panssexuais; bissexuais. Muitas pessoas acham que mulheres trans, por exemplo, necessariamente sentem atração por homens e não tem nada a ver.
A transfobia marginaliza essa minoria social e é motivo para que pessoas trans abandonem seus estudos, passem por situações desagradáveis em uma entrevista de emprego, ao marcar uma consulta médica ou até mesmo na hora de frequentar banheiros públicos.
O CIStema mata a todo instante corpos trans, invalida nossas identidades, banaliza e ridiculariza nossos pronomes e nos violentam por não estarmos dentro do padrão cis-hétero-normativo. Quantos corpos mais terão que ser brutalmente violentadas para sermos respeitades? Nós não queremos apagar a sua história, cisgêneres, só queremos ser livres para construirmos a nossa.
Texto 2
Dia 29 de janeiro é comemorado o dia da visibilidade trans, data que, desde 2004 marca a luta por diretos sociais da população travestis, transexuais e não-binárias, a data tem como objetivo promover reflexões sobre a cidadania dessas pessoas.
A transfobia é uma realidade cruel e faz muites abandonarem os estudos e enfrentarem dificuldade de inserção no mercado de trabalho, sem contar que o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais, precisamos pensar sobre porque esse público não está presente em alguns espaços, deixo aqui uma reflexão, quando foi que essa ausência constituiu incômodo e quando transformaram o incômodo em ação?
Não é sobre só levantar a bandeira nesse mês, é sobre humanidade e estarmos presente.
Imagem: gettyimages