O que devemos fazer para nos poupar?

Primeiro: Respeitar os nossos limites. Essa pressa, essa ânsia de querer uma normalidade. Acho que primeiro entender que não teremos 2019 novamente. A gente precisa elaborar esse luto. Se abrir pra esse novo, se permitir pra esse novo, mas se permitir respeitando tempo, processo, limite. Acho que é um primeiro ponto importantíssimo.

Segundo ponto: Contato, aproximação e troca com a rede de apoio. Rede de apoio é família, terapeuta, amigos, amigos de trabalho, o pet, cachorrinho, o porteiro do prédio… Permitir acolher e ser acolhido pela rede de apoio. Importantíssimo! Acho que a gente não faz nada, não constrói nada, não digere nada sozinhos. Por mais que a gente esteja em uma sociedade extremamente individualista, à mercê do capitalismo, as nossas intervenções aqui vão se direcionando muito à construções coletivas e estar em contato com o outro.

E ter um espaço seguro de fala, de trocas, em que esse sujeito possa ser, possa expressar, possa nomear aquilo que está sentindo, pensar esse luto, pensar esse processo de ressocialização, e todos esses processos complexos e difíceis. E a psicoterapia pode ser uma super aliada nesse movimento.