Por que a gente volta ao lugar que dói?
Escrito por Psicóloga Maria Julia Viana da Silva CRP 06/159588
Publicado em 09 Apr, 2023
Essa é uma pergunta que surgiu, como costumeiramente, em uma conversa por aqui. Ao refletir sobre o estranhamento de uma relação saudável. Você já se deparou, depois de um longo período em relações que geram, em algum momento, sofrimentos e logo depois, ao iniciar uma relação saudável, começar os questionamentos como “Será que eu gosto mesmo?” “Será que isso é paixão?”
Será que nos apegamos a sofrência? Sentimos falta do sofrimento?
Em algum momento da nossa história, atravessada por uma construção hollywoodiana sobre o amor, aprendemos que amor é intensidade, é entrega. É a entrega do EU enquanto objeto para o outro. É a entrega da minha subjetividade para o OUTRO. E vamos repetindo padrões que não fazem outra coisa que não reafirmar nosso sofrimento.
Quando nos encontramos em uma relação em que deixamos de ser objeto do outro e temos então nossas necessidades/vontades/desejos (subjetividades) ouvidos, cria-se um sinal de alerta, um “epa, pera lá, o que é isso?” e em alguns momentos até questionar sobre a falta da intensidade caótica dessas outras repetições.
E como fugir dessas repetições?
Primeiro, entendendo que são repetições. Depois reconhecendo a falta e que essa falta que carregamos não é necessidade de algo no outro. É questionar qual o valor que se busca no outro que não está em você. E porque não está em você. É, em outras palavras autoconhecimento, o reconhecer em si.