Quantas horas extras não remuneradas você tem feito?
Escrito por Psicóloga Sheila Giannini de Melo CRP 06/149296 e Psicóloga Erivania da Silva Teixeira CRP 06/158986
Publicado em 18 Dec, 2021
É fato que não estamos levando uma vida tão calma e confortável assim para nos darmos ao luxo de ficar desempregado em meio a uma pandemia, uma crise política e o capitalismo batendo cada vez mais forte em nossas costas. No entanto, é fato também que desde o assalariado CLT ao novo sistema de funcionário PJ, aos autônomos e empreendedores, temos desaprendido a impor os nossos limites.
Temos tanto medo de perder a garantia salarial que o sistema nos promete, que passamos a trabalhar com hora pra começar e sem hora pra acabar, vamos do “é só uma mensagem/ e-mail” até o “não custa nada ajudar x chefe”, mas no fim, nunca é só uma mensagem, é o seu celular tocando na madrugada, almoço ou no seu intervalo de descanso, afetando suas relações, interferindo no seu sono, na sua vida além do trabalho. O não custa “nada”, custa seu tempo, seu dinheiro, sua disponibilidade, seu CONHECIMENTO, e o enriquecimento da empresa.
A frase que mais escutamos hoje na clínica em relação a isso é “mas eu não posso perder o meu emprego”, concordamos até certo ponto, a vida não tá fácil! Mas, a sua saúde física e mental precisa de mais, precisa de um olhar atento. Deve ser colocado na balança além do que o salário que pode te proporcionar (isso não exclui a certeza de que é preciso ter segurança, comida na mesa e roupas no corpo, pra manter sua saúde).
Mas, convenhamos, está na hora de buscar o equilíbrio né?
Imagem: homem amando até a última gota de @susanocorreia