Saúde mental da população LGBT: Transtornos Mentais?

Nesse mês de fevereiro nos debruçamos a pensar sobre a saúde mental da população LGBT e tirar as principais dúvidas que existem em torno dessa questão. O que são Transtornos Mentais? Ainda falamos em transtornos? Quais são os sofrimentos? Como identificar? E depois, como buscar ajuda? Essa e outras questões que vamos refletir e construir com vocês, cotidianamente, as repostas para elas.

Primeiro, a gente tem que começar falando que nós que estamos construindo outra psicologia, mais críticas, tentamos superar essa ideia de catalogar os sofrimentos psíquicos e as expressões dos sofrimentos como doenças ou transtornos, já que são denominações que reforçam um caráter patologizante da saúde mental. Pensando que, a construção de saúde mental hoje no Brasil, tem de maneira predominante, um olhar norte-americano.

Somos pautados a pensar de maneira descritiva, guiados pelo Manual Diagnóstico (DSM), uma série de características que vão, em certa medida, nos dizendo de uma normatividade e, também, o que sai dessa dela. Como se a gente tivesse que seguir uma linearidade de viver ou um processo adaptativo para se encaixar em um determinado padrão de normatividade. E isso ganha particularidades quando falamos sobre a questão LGBT já que ao longo da história as próprias expressões de sexualidade e de gênero foram patologizadas, vistas como doenças, anormalidades.

Pensar de maneira descritiva nos afasta de entender a realidade e a origem dos sofrimentos, temos que pensar que estamos na América Latina, no Brasil e não podemos pautar saúde mental sem levar isso em consideração.