Será que sou bonita(o)?
Escrito por Psicóloga Maria Julia Viana da Silva CRP 06/159588
Publicado em 10 Aug, 2020
Quando te perguntam “o que é beleza?”, o que vem a sua cabeça? O belo sempre foi assunto para muita discussão, desde a Grécia Antiga. Durante nosso processo de construção enquanto sujeitos, somos mergulhados em sociedade de construções simbólicas, na qual são reproduzidos os papéis sociais, que nos direcionam a adequar-se a padrões pré-estabelecidos do que é ser belo e esses papéis se dão através, também, de um sacrifício de nossas satisfações e pulsões. Já pensou quanto sofrimento é gerado pela busca da beleza ideal, o dito “padrão de beleza?”, muito, né? Mas você já se questionou da onde vem esse padrão e para quem ele serve? Fato é que, o padrão de beleza, é sempre definido pela classe hegemônica da sociedade e ele diz muito sobre a maneira em que nos organizamos e organizamos a produção e reprodução da vida. Você sabia que durante o período da Renascença o padrão de beleza era completamente oposto ao que conhecemos hoje? Isso porque, naquele período, não existia maneira de conservar os alimentos, como existe hoje. Isso quer dizer que quem era mais gordo, tinha mais acesso aos alimentos. E quem tinha acesso à alimentação o ano inteiro? A classe hegemônica, os detentores dos meios de produção! Percebeu? Hoje, a beleza, o corpo bonito e o cabelo bem feito dizem muito ao quanto de acesso você tem a alimentos, ao cabeleireiro, a academia, etc. Quer saber mais sobre isso? Corre lá no vídeo da @rita_von_hunty: https://www.youtube.com/watch?v=fnq9oIefeSQ
O que devemos constantemente questionar é: que tipo de sociedade produz sujeitos que não encontram belezas em si e em sua aparência?