Setembro Amarelo: uma luta social e política
Escrito por Psicóloga Maria Julia Viana da Silva CRP 06/159588
Publicado em 25 Sep, 2022
“Que tipo de sociedade é esta, em que se encontra a mais profunda solidão no seio de tantos milhões; em que se pode ser tomado por um desejo implacável de matar a si mesmo, sem que ninguém possa prevê-lo?”
Fui resgatar em Marx esse questionamento quando me deparei com um dado que vem se intensificando nos últimos anos: jovens são a maioria em números de tentativas de suicídio. Que mundo é esse que faz com que jovens não veja outra alternativa que se não o suicídio? Apesar das particularidades de cada caso, os dados nos apontam um lastro social como agravante dessa questão. Por exemplo, 79% dos suicídios acontecem em países pobres e de baixa renda. E grupos minorizados tem maior tendência ao suicídio - aqui falamos de LGBTQIA+, de imigrantes, refugiadas, pretos e pretas.
E o que isso nos aponta?
O suícidio é produto das nossas relações e formas de organizar a vida social.
Vou explicar melhor. Cês perceberam o quanto tem aumentado a violência nas ruas? Os números de assaltos e roubos? Isso é resultado das condições de vida precarizadas. No meio de uma pandemia, sem emprego, sem perspectiva de melhora, sem condições mínimas de alimentação e moradia. O que uma coisa tem a ver com a outra? Ambas nos mostram sobre a falta de horizonte de possibilidade de vida.
A resposta precisa ser coletiva!
Precisamos sim nos atentar a cada particularidade de cada caso, mas principalmente precisamos passar pela reflexão do quanto a saúde (ou a falta dela) do outro nos afeta. E essa luta passa NECESSARIAMENTE por garantir melhores condições de vida a todes.