Você sabia que Agosto é o mês da visibilidade lésbica?
Escrito por Psicóloga Maria Julia Viana da Silva CRP 06/159588
Publicado em 26 Aug, 2020
Agosto é mês de comemorar e relembrar marcos históricos das lutas das mulheres lésbicas no Brasil. Em 19 de agosto é comemorado o Dia Nacional do Orgulho Lésbico. Nesse mesmo dia, em 1983, ocorreu no Ferro’s Bar, na cidade de São Paulo, a primeira manifestação de mulheres lésbicas, que se organizaram contra os abusos e preconceitos que vivenciavam no local. A revolta também ficou conhecida como Stonewall brasileira – fazendo referência a um conjunto de manifestações LGBT em NY, que contamos em outro post para vocês. O Ferro’s Bar virou ponto de encontro de mulheres lésbicas durante a época da ditadura, desde 1967. Nesse dia, o Grupo Ação Lésbica-Feminista, se organizou para revidar a proibição das vendas do boletim, o ChanacomChana, produzido de forma independente pelo GALF e vendido no espaço. Já em 29 de Agosto, é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica (29), referência e ao 1º Seminário Nacional de Lésbicas, ocorrido no Rio de Janeiro, em 1996, o SENALE.
Por que é tão importante retomar datas como essas?
As mulheres lésbicas sofrem cotidianamente inúmeras violências, por seu gênero, sexualidade, em espaços públicos e privados. Em casa, por suas famílias e no trabalho, ocupando os cargos de subempregos em condições precárias de ser e existir. Violências direcionadas a corpos que buscam a ruptura da ideia de construir uma sexualidade que sirva ao prazer sexual masculino, que faz frente à constituição de família nos moldes nuclear burguês. E mais do que se lembrar das que vieram antes de nós, temos que fomentar a construção organizações formadas, também, por mulheres lésbicas e que lutam diariamente para abordar suas pautas dentro e fora dos movimentos LGBTs. O que sabemos sobre a saúde das mulheres lésbicas? Prevenções e cuidados em relação a sua vida sexual? Quais são os dados disponíveis sobre lesbocídio? Não podemos nos esquecer de Luana Barbosa, mulher negra, lésbica, periférica, mãe e não feminilizada agredida violentamente pela PM.
Compreendendo a ausência do fomento a luta das mulheres lésbicas, o Reinserir convida tods a conhecerem os espaços de existentes de luta, tais como a Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de São Paulo e a Coletiva Luana Barbosa.
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